Um dos conceitos mais verdadeiros, a meu ver, para se entender um processo de coaching, é defini-lo como uma forma de ajudar a tirar a dor das pessoas.
O mundo das organizações, certamente oferece um ambiente extremamente propício para o desenvolvimento dessas dores. É claro que evitamos a palavra dor para falar sobre todos os desconfortos e inseguranças que sentimos, diante das situações que vivenciamos no nosso dia a dia de trabalho. É fato, porém, que a dor psicológica e emocional é tão ou mais desagradável que a dor física, e seus reflexos podem gerar comportamentos minimamente desmotivadores para nós mesmos, e para quem nos cerca.
Ao longo de alguns anos trabalhando com coaching executivo, pude perceber a existência de vários tipos de dor presentes em líderes, independente de seu posto na hierarquia das organizações: a dor de não ter a habilidade de se relacionar bem e sofrer com problemas de comunicação; a dor de precisar resolver conflitos e não saber como lidar com eles; a dor de ter que dar feedbacks negativos e, ao mesmo tempo não desmotivar as pessoas; a dor de ter dificuldade em estabelecer uma relação de ganha-ganha com seu superior ou seus pares; a dor de ser um workaholic e não dar a devida atenção à família, causando perdas dolorosas, enfim, a lista é grande.
Como então trabalhar essas dores, e ao longo do tempo minimiza-las até que sejam transformadas em grandes aprendizados? O coaching responde a essa questão fazendo com que as pessoas e, principalmente as que ocupam posições de liderança, possam compreender a importância do auto conhecimento. Como liderar pessoas, sem antes liderar a si mesmo? O exercício da auto liderança é pré-requisito para influenciar pessoas e fazê-las crescer e se desenvolver. Esse é o real legado de um líder ao tornar se um mentor para sua equipe. Exige consciência da importância do seu papel, vontade de servir e ser útil e capacidade de delinear uma visão de futuro que todos possam compartilhar.
Líderes, que têm consciência de seus gaps de competências, entendem a importância de se dedicar a um processo de coaching com seriedade e determinação, aprendendo técnicas e praticas que, certamente aliviarão suas dores.
Com base nessas constatações, podemos afirmar que, ao fazer esse investimento no inicio de uma carreira haverá menos sofrimento, pois a única diferença entre um CEO e um líder recém-promovido, é a complexidade da sua dor.
Autora: Cris Ortiz Camargo