As pessoas procuram o coaching por vários motivos: buscam desenvolver determinadas competências, desejam rever as suas carreiras, vencer barreiras irracionais, fazer uma mudança radical em suas vidas e, muitas vezes, apenas se certificarem de que suas atitudes e comportamentos estão condizentes com seu papel profissional. Porém, à medida que o processo se desenvolve e as perguntas certas vão sendo respondidas, elas passam por uma reflexão mais profunda, e questionamentos antes silenciados em nome da necessidade de se adaptar para sobreviver ao meio, emergem na forma de um certo desconforto.

É notório que vivemos em ambientes extremamente dinâmicos e que se transformam numa velocidade incrível, fazendo com que a competência adaptabilidade seja, na atualidade, uma das mais demandadas para enfrentar esse cenário tão desafiador. A questão é: qual é o limite entre o seu poder de adaptação e a busca por fazer o que realmente o deixa feliz?

Cada vez mais torna-se realidade o fato das pessoas não saberem ao certo qual caminho seguir.  Vão se adaptando aos acontecimentos e se perdem em algum lugar na estrada da vida. Nesse momento, vejo no processo de coaching a oportunidade para fazer a pergunta que me parece a mais importante: Você faz sentido?  É dono de suas escolhas, segue seus valores e tem consciência de seu propósito?

Se não encontrar as respostas para essas perguntas, talvez esse seja o momento certo de repensar a sua vida e “sair da sua frente” para que as barreiras irreais possam ser eliminadas e a visão de futuro possa ser criada.

Quando fazemos sentido a nos mesmos, fazemos sentido para os que nos cercam e o caminho deixa de ser uma eterna encruzilhada, onde apenas nos adaptamos as mudanças, ao invés de provocarmos as mudanças que nos farão felizes.

Adaptar-se de forma consciente perante os acontecimentos da nossa vida em todos os seus campos sem perder o protagonismo, exige duas competências essenciais, segundo Lakshmi  Ramarajan, profa. em Harvard.  A primeira é a flexibilidade – o desejo de se adaptar com relação às atitudes, ou seja: ter confiança em seu próprio julgamento; ser tolerante em aceitar opiniões diferentes da suas; ter empatia – que vem do coração e não da razão e cultivar um pensamento positivo.   A segunda é a versatilidade – o desejo de se adaptar com relação à aptidão, ou seja: ter resiliência demonstrando força emocional; ter o poder de imaginar e criar alternativas influenciadoras; estar atento aos elementos do ambiente a sua volta e se auto corrigir para buscar soluções e não apenas estar certo.

Por meio desses atributos a adaptabilidade não será usada como um instrumento para estimular o comodismo e ampliar a zona de conforto, mas sim, como uma aliada que  faz os ajustes necessários para que você e sua vida encontrem o verdadeiro sentido da sua existência.

Autora: Cris Ortiz Camargo