Racismo refere-se ao conjunto especifico de crenças e comportamentos discriminatórios baseados em diferenças raciais, como uma forma de “preconceito aliado ao poder” e que se manifesta tanto de maneira individualizada como socialmente generalizada. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “a superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, além de não haver justificativa para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em qualquer lugar do mundo”.
Diante do quadro de racismo que se revela não apenas no Brasil, mas no mundo como um todo, gostaria de compartilhar uma emocionante lição que o Ex-atleta de futebol Tinga (Paulo Cesar Fonseca do Nascimento), nos oferece e que nos inspira a abraçar a causa da igualdade, virando de vez o jogo do preconceito.
Uma noite de fevereiro de 2014, em um jogo de futebol pela Copa Libertadores, as equipes Real Garcilaso e Cruzeiro se confrontavam enquanto torcedores imitaram macaco com sons e gestos característicos todas as vezes que Tinga pegava na bola. Após o apito final, profissionais da imprensa se dirigem ao Atleta e perguntaram: “Como você se sente em relação aquele ato de racismo tendo disputado tantos jogos e ganhado tantos títulos? A resposta que encantou o mundo: “Trocaria todos os meus títulos pela igualdade racial. É isso que tenho no meu coração porque todo combate deve ser enfrentado com amor”. Mais do que uma resposta, Tinga levantou uma valiosa reflexão mundial e decidiu criar o projeto: “Chutando o Preconceito”, que nos leva as lições: aceitar que temos um pouco de preconceito em nossos corações para podermos evoluir e melhorar.
Tinga revela que seu segredo para enfrentar os desafios da vida se encontra em sua base familiar, construída a partir de valores como: Trabalho, Honestidade e Disciplina. Ele conta que aprendeu lições valiosas desde os 7 anos, com o abandono do pai, quando sua mãe precisou assumir a responsabilidade pela família de dois filhos (ele e sua irmã mais velha). A partir desse período de dificuldades, sua mãe precisou fazer do trabalho uma rotina e, com as horas extras que garantiam a família algumas guloseimas a mais tinga repete: “Tive uma base sólida e aprendi que somos nós que escolhemos nosso destino porque eu poderia usar essa fase difícil como desculpa e me tornar uma pessoa sem objetivo, sem foco, sem profissão, mas minha base é trabalho, honestidade e disciplina, especialmente cumprir horários. Costumam dizer que tive sorte! Realmente tive muita sorte mesmo. E todas as vezes que ela me encontrou eu estava trabalhando. A grande sorte que tive na minha vida foi ter um exemplo de muita luta, de muito trabalho.”
Ao anunciar o encerramento de sua carreira como Atleta de futebol para dar conta do Paulo Cesar como pessoa, Tinga decide fazer essa transição com muita honra diante de uma plateia que considera diferenciada, verdadeiros ídolos para ele, uma plateia formada por professores, médicos, aqueles que educam, que formam, que salvam vidas, que cuidam de vidas, pessoas que influenciam vidas de verdade. E ele encerra esse ciclo como Atleta dizendo que foi dessa maneira que chutou todas as dificuldades da vida e deixa a questão: Quero ver como vocês vão chutar as dificuldades da vida de vocês?
Tinga um homem que fez do racismo uma ponte para novas realizações e que deixa lições e emoções para todos nós nos esportes, negócios e na vida!!!
Autora: Suzy Fleury