3 – BUSCAR CONGRUÊNCIA DE VALORES
Alinhamento de valores entre as partes é fundamental. É a fundação de uma relação próspera. Caso, logo no início, perceba uma incongruência de valores com a outra parte, pare imediatamente! Muitas vezes, em razão de ganhos financeiros ou de status, a diferença de valores ou princípios é tolerada, no entanto, não raro, com o tempo se percebe que os ganhos não compensaram os problemas e desgastes ocasionados pela discrepância de valores entre as partes. O arrependimento pelo tempo despendido na relação é certaQuando há correspondência de valores, são firmados pactos escritos em pedra, apenas com uma conversa, sem a necessidade de assinar um contrato em papel. 


4 – DEFINIR E ESCREVER 
REGRAS
Quando há um alinhamento de valores e princípios, estabelecer contratos em papel e assinados é realmente muito importante, para organizar a relação. O objetivo passa a ser estruturar e sistematizar a relação entre as partes, contemplando tudo o que se relacionar com o dia a dia, inclusive com a definição do que deve acontecer, quando de um possível término da parceria. Neste contrato, deve estar claro tudo o que se refere a rotinas financeiras, remuneração, procedimentos e burocracias administrativas, inclusive o que aparentemente pode não ter importância em uma relação comercial, mas que pode gerar mal-entendidos e desgastes desnecessários, no futuro. É verdade que, quando há alinhamento de valores e bom senso, mais da metade do que poderia estar em um contrato poderia ser resolvido com uma conversa, mas considere que iniciar o relacionamento com as regras de relacionamento bem definidas trará menos ruídos, maior velocidade, fluidez, segurança, profissionalismo e previsibilidade de sucesso. 


5 – SEGUIR AS REGRAS
 NÃO ESCRITAS
Conforme já explorado nos dois itens anteriores, algumas regras são de bom senso ou já consolidadas no mercado como “boas práticas”. Por exemplo, quando um profissional indica um outro profissional para um serviço, em um cliente que o primeiro já atende. A boa prática diz que esse cliente pertence a quem indicou, logo, se o cliente pede um outro serviço ao profissional indicado para fazer o serviço, este deveria consultar quem indicou, principalmente quando quem indicou poderia fazer o serviço, ou este serviço conflita ou poderia conflitar com algum outro interesse de quem indicou. No mínimo, seria mostrar consideração a quem fez a indicação. Regras de conduta moral deveriam ter um peso ainda maior do que aquelas de cunho legal, ou o que já foi conversado ou formalizado em um contrato por escrito. Prever tudo em um contrato pode ser uma meta irreal, é necessário que o contrato seja apenas uma parte relativa à organização de um relacionamento, deixando abertura para que problemas ou situações não previstos sejam resolvidos com o bom senso e consultando as “boas práticas” de mercado. Lembrando que uma prática, mesmo que considerada “normal”, em razão de ser comum, nem sempre é correta.


6 – CUMPRIR COM O COMBINADO
Depois das dicas três, quatro e cindo, poderia parecer óbvio que esta seria desnecessária, mas, infelizmente, ela é vital. Pode acontecer que, mesmo que as regras tenham sido escritas, verbalmente bem clarificadas, ou que certas condutas sejam óbvias, ou universais, um dos lados pode mudar o combinado sem consultar a outra parte e sem dar margem a conversa ou negociação, gerando um conflito, no mínimo, de natureza ética. Situações como essa podem ocorrer com maior facilidade quando um dos lados for desmedidamente ambicioso e exageradamente motivado por dinheiro, com, ao mesmo tempo, uma fragilidade moral e ética. Que fique bem claroo problema aqui não é a ambição (que pode ser saudável) ou apreço ao lado material da vida (pode garantir a sobrevivência), mas sim a vulnerabilidade moral e ética da pessoa. Em um mundo materialista, com uma sobrevalorização do sucesso, em razão da posição socioeconômica que uma pessoa conquista, a firmeza moral passa a ser ainda mais importante. A mudança de conduta também pode ser por motivos de sobrevivência financeira de uma das partes, o que pode explicar, mas não absolver essa pessoa pela conduta errada. Alterar as regras durante a parceria, de maneira unilateral, sem perguntar ou negociar, deixa claro quem é a pessoa, a qual não foi transparente no início da relação. Como, certa vez, ouvi de uma pessoa que muito me ensinou: “o combinado não é caro”!

Em breve será publicada a última parte das dez dicas para uma saudável parceria de sucesso. 

Autor: Alexandre Ribas